“A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte…
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor…”

Hoje usarei esses trechos da música Comida composta por Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sergio Brito em 1987 e grande sucesso da banda Titãs desde então.
Você já parou pra pensar por que come mais do que seu organismo necessita para se manter nutrido e saudável?
Normalmente você se sente culpado após uma grande comilança ou ataque de fúria contra toda a comida da geladeira e do armário, mas não consegue entender o real motivo desses acontecimentos e simplesmente diz que “sou assim”, afinal se, mesmo depois de todas as dietas que fiz voltei à compulsão e ao ganho de peso depois de poucas semanas, não tem como mudar. Serei sempre gordo.

É agora que quero usar os trechos da música.

Muitas vezes nos sentimos tão aprisionados por sentimentos, conhecidos ou não, mas que não sabemos lidar e então o que nos resta é buscar a “saída para qualquer parte” fora de nós mesmos. Na depressão, nas angústias, nas compulsões por compras, jogos, bebida e também comida.

A compulsão alimentar pode ser uma grande forma de “prazer pra aliviar a dor”. Algumas vezes a pessoa até entende que está comendo por tristeza ou solidão, mas o que interessa é que a dor é aliviada, pelo menos, por alguns minutos ou horas, até a próxima refeição.

Quando a obesidade tem origem emocional e o obeso não faz um trabalho de autoconhecimento através da psicoterapia, para aprender a lidar com suas emoções, seu comportamento continuará sendo o de sabotar qualquer dieta em busca de um método eficaz para perder peso, continuando assim, protegido, mas também aprisionado pela obesidade.

Pense. Você tem fome de quê?

Muito provavelmente essa resposta não será fome de comida e a psicoterapia poderá te ajudar a entender que sua fome pode ser de atenção, carinho, reconhecimento, amor, acolhimento, voz, vontade própria, enfim daquilo que você gostaria de ser, mas não consegue mudar sozinho.