O medo parece ser um sentimento que nos acompanha durante todo o tempo. Temos medo da solidão, do mar, de altura, de morrer, da multidão, de ser infeliz e de ser feliz, de amar e de ser amado. Enfim, essa lista pode ser tão extensa quanto se queira e, com certeza, você poderá acrescentar mais uma dúzia de medos a ela.

Em sua obra Medo líquido, Zygmunt Bauman diz: “As oportunidades de ter medo estão entre as poucas coisas que não se encontram em falta nessa época, altamente carente em matéria de certeza, segurança e proteção”. O fato é que o medo é essencial a nossa preservação, afinal de contas, como seria não ter medo de altura e nos jogarmos de um precipício sem um paraquedas? O medo real, consciente e “normal” nos mantém vivos.

Já, quando o medo passa a ser irracional, exagerado e geralmente de algo que não nos traz risco de vida, podemos dizer que é um medo patológico. Esse medo pode trazer não só a paralisação física da pessoa diante de uma determinada situação ou objeto, mas até mesmo prejuízos tangíveis para o seu dia a dia. Uma pessoa com medo de avião pode ter a vida profissional prejudicada ao recusar uma boa oportunidade de emprego, uma vez que viajar de avião poderá ser uma rotina.

O medo patológico pode ser classificado como fobia quando este aparece especificamente em algo – como o exemplo do avião ou outros comuns como o de elevador, de altura e de barata. Nesses casos, uma pessoa pode sofrer uma paralisação diante da exposição ao estímulo causador do medo, ter sudorese, taquicardia, tremores, dores de cabeça, sensação de desmaio dentre outros sintomas.

Outra forma de medo patológico é a síndrome do pânico, em que uma pessoa também apresenta os sintomas da fobia, mas geralmente não se sabe o que desencadeia uma crise por não haver um estimulo específico. É comum alguém com síndrome do pânico passar por longas e exaustivas visitas às mais variadas especialidades médicas em busca de uma explicação para suas taquicardias, terríveis dores de cabeça e demais sintomas sem obter sucesso no diagnóstico por não apresentar nenhum problema físico aparente.

Nesses dois casos – a fobia e a síndrome do pânico – o medo pode ser tão grande e preocupante que a pessoa desenvolve uma ansiedade antecipatória quando passa a ter medo de sentir medo e de ter nova crise, prejudicando assim os diversos contextos de sua vida. Por exemplo, evita ir à praia por medo do mar, apesar de adorar a praia, ou evita ir ao trabalho por ter vivenciado uma crise de pânico nesse ambiente. Com isso, a fuga passa a ser uma constante na vida da pessoa com fobia ou síndrome de pânico.

Com a ajuda de um profissional, porém, ela poderá aprender que essa não é a melhor saída para seus medos, mas sim aprender a enfrentá-los. O indivíduo deve conhecer qual é a origem do seu medo patológico porque geralmente transferimos nossas angústias para algo exterior que apenas pode representar o que de fato está no interior deste individuo.

Se o seu medo te impossibilita de realizar seus desejos, procure um profissional da psicologia para que juntos possam desconstruir a situação fóbica ou da síndrome do pânico.

E você tem medo de que?