Um dia conversando com um colega de profissão, sobre o comprometimento dos profissionais prestadores de serviços, ele me disse: “é incrível como as pessoas preferem fazer várias cirurgias plásticas a fazer análise”.

Então, fiquei pensando no quanto é difícil, na sociedade moderna, alguém estar fora dos padrões fabricados de beleza, ainda mais com a rapidez em que a cada dia surgem milagrosos cosméticos, técnicas de emagrecimento, aparelhos de ginástica e outras tantas coisas para fazer com que as pessoas se tornem “verdadeiramente” belas. Isso sem falar da tecnologia da informática. Isso mesmo, os famosos photoshops. Ou vocês acham que todas as mulheres “lindas” que vemos em outdoors, revistas de beleza, TV, cinema e aí por diante não tem sequer uma mancha na pele, uma gordurinha na cintura ou uma imperfeiçãozinha qualquer?

Quem não viu a revista NOVA publicar em fevereiro/2010 sua capa com a cantora Claudia Leite sem umbigo e ainda mais recentemente um anuncio da L’Oréal com a atriz Julia Roberts ser proibido no território nacional britânico, devido o excesso de retoques na foto da atriz?

E as mulheres do dia-a-dia? As que acordam cedo para um duro dia de trabalho, seguido pela noite de estudo, casa, marido, filhos para cuidar e ainda precisam ficar “lindas” como as fabricadas pelas novas tecnologias que surgem diariamente. Sim. Diariamente, pois aquele tratamento que você se preparou para iniciar na próxima segunda-feira já está ultrapassado… agora terá que passar a olhar para o mais moderno.
I

sso falando de mulheres, para quem a indústria da beleza foca todos os seus esforços para lucrar cada vez mais, mas é claro que os homens também sofrem ao olharem para sua barriguinha de chopp e para a do modelo com barriga de tanquinho no outdoor de propaganda de cuecas.

É tanta informação e novas propostas que, se não tivermos senso crítico, somos levados a querer experimentar tudo ou, pior ainda, sentimos nossa auto-estima despencar, formando um círculo vicioso em busca da felicidade, através da beleza ideal.

O pior é que a saúde, que deveria ser a prioridade de uma alimentação saudável ou a prática regular de atividade física, muitas vezes passa despercebida, pois todos esses esforços são para ficar magra, sarada, e com pele de 20 até os 60 anos.
Então, por que emagrecer? Para me sentir bem ou para atender as exigências da sociedade?

O padrão de beleza imposto pela sociedade causa cada vez mais insatisfação entre as pessoas que se veem distante desse padrão que devasta o inconsciente e o emocional das pessoas. E então essas pessoas começam a sofrem com a baixa auto-estima e a falta de saúde física e emocional.

Anorexia, bulimia, ansiedade, doenças psicossomáticas (como dores de cabeça e musculares, queda de cabelos, gastrite etc.), desvalorização da inteligência como objeto de admiração e até suicídio, são resultados da busca incessante pelos padrões da ditadura da beleza.

Voltando a conversa com meu colega, penso que é mais fácil para as pessoas se dedicarem às exigências da moda e da beleza, colocarem sua saúde e até a vida em risco a se dedicarem ao autoconhecimento, a entenderem que a maior beleza está naquilo que cada um tem de melhor, na beleza natural e não na fabricada e assim ser feliz consigo mesmo, e claro, aproveitar os modernos tratamentos cosméticos a seu favor e não exageradamente, tendo como conseqüência a devastação do seu ser.