Quem foi que inventou o dia dos namorados? Por quê? Posso saber?  Certamente foi pra me deixar triste e deprimido porque ninguém me quer.

Uma das queixas mais frequentes nos consultórios de psicologia é a de que não consigo encontrar um namorado. O problema é que geralmente as pessoas se sentem sozinhas e então buscam fórmulas mágicas para encontrar sua cara metade, a outra metade da laranja, a tampa da sua panela.

Começa então a busca pela melhor forma de ser para alcançar o objetivo do namoro. Tentamos então, ser iguais àquele amigo ou amiga que sempre namora, começamos uma dieta, mudamos o corte do cabelo, vamos pra academia e tentamos cumprir com todos os itens da receita para viver um conto de fadas.

O que a maioria das pessoas não sabe é que para viver uma boa relação amorosa é preciso viver uma boa relação consigo mesmo, se conhecer e não tentar ser como o outro.

De tanto procurarmos as respostas fora de nós, esquecemos de ver como está nossa autoestima, de nos valorizarmos e conseguirmos reconhecer o que nos faz bem ou não. Quando não nos autoconhecemos e não nos valorizamos, corremos o risco de nos moldarmos ao outro de forma doentia, ou seja, deixamos de ser nós mesmos para sermos como nossos parceiros. Pensando estar agradando acabamos afastando a pessoa que se interessou por alguém que deixa de existir, uma vez que se está em constante mudança para se tornar aquilo que o outro deseja.

E o que o outro deseja? Será que o outro espera que seu parceiro esteja sempre usando uma máscara? Sustentar máscaras pode não durar muito tempo. Representar é muito difícil. Pode ser fácil fingir que gostamos de funk por um dia, mas não por uma vida. Então, mesmo sem querer, começamos a mostrar o que realmente somos e do que realmente gostamos e nada continua a ser como era antes.

Se você deseja ser uma pessoa confiante, segura e com controle de suas emoções, é preciso se conhecer profundamente, agir com independência, prestar atenção no seu próprio comportamento e em como tem agido nos últimos tempos.

Com uma boa autoestima, podemos reconhecer nossos pontos fortes e também os fracos, dominar nossas atitudes, tolerar as frustrações e as dificuldades de maneira saudável, obter sucesso em nossas empreitadas, sentir prazer em viver e consequentemente, viver um amor real e não o idealizado como nos grandes romances.

Conseguimos entender que podemos achar linda aquela pessoa descolada e super popular, mas que isso não combina conosco e por isso esse relacionamento não dará certo. Você poderá se ver feliz com um autêntico nerd e que, esse sim, tem tudo a ver com você.

Com o autoconhecimento fica mais fácil aumentar o circulo de amizades, as atividades sociais, por um sorriso espontâneo nos lábios e estar mais disponível para as oportunidades. Fica mais visível o que nos agrada e o que nos desagrada, o que podemos ou não aceitar do outro. Conseguimos agir cada vez mais conforme nossas vontades.

Busque o autoconhecimento, resignifique seus sentimentos, pensamentos, vivências e atitudes, para que possa olhar primeiro para dentro de si e só depois buscar por seu amor. Namore-se, saiba o que é importante ou não para você. Estando feliz consigo mesmo, perceberá que o dia dos namorados não foi inventado para te deixar triste, mas para que você possa estar feliz ao lado de alguém que te acrescente e te respeite, que te ame.

Não busque a outra metade da sua laranja no outro. Depositar essa responsabilidade no outro é mais uma vez deixar de se olhar. Encontre-a em você mesmo. Você já é inteiro e só precisa olhar para cada uma de suas qualidades e defeitos para então, encontrar outra laranja.