Natal e Ano Novo. Tempo de alegria, felicidade, amor, esperança, recomeço, renovação, união e mais uma extensa lista de sentimentos e pensamentos positivos.

Mas por que será que muitas pessoas se sentem na contra mão de todo esse espírito de união?
Muitas são as queixas de pessoas que se sentem inadequadas por demonstrarem sentimentos negativos nessa época do ano. Tristeza, angústia, decepção, solidão e culpa, são alguns dos sentimentos experimentados por muitos na época que deveria ser só de felicidade.

A tristeza e a solidão geralmente estão relacionadas ao sentimento de não ter pessoas com quem possa compartilhar os momentos agradáveis. A pessoa pode sentir que não é importante para ninguém, pois não foi chamado para nenhuma confraternização, nem recebeu presentes, mas também não sente vontade de comemorar com familiares, pois estão distantes durante todo o restante do ano.

O balanço do ano que está chegando ao final também pode gerar sentimentos negativos se não o analisarmos de maneira clara e honesta. Quando esse balanço indica que o planejado não foi alcançado, é frequente que ocorra uma autocobrança muito grande, gerando frustração, angústia e sentimento de incapacidade.

Digo que o balanço deve ser analisado de maneira clara e honesta para que você não seja injusto com suas conquistas, vitórias e derrotas. A tendência é a de se frustrar com 1 item que não foi realizado e esquecer que os demais objetivos foram alcançados.

Isso sem contar o que não foi relacionado na lista inicial, mas que surgiu durante o ano e também não foi realizado, mas que agora o tempo está esgotando e precisa ser recuperado. A pessoa a ser perdoada, a palavra a ser dita, a adaptação ao novo trabalho, o conflito a ser solucionado, os novos desejos que surgiram no decorrer do ano… mais e mais cobranças e a autocobrança.

Ao mesmo tempo o não planejamento pode causar a sensação de não caminhar, estar parado no tempo, não pensar no futuro. Planejar e viver ciclos é intrínseco ao ser humano. A cada projeto finalizado, outro será iniciado. Depois do namoro, planeja-se o noivado, o casamento e depois os filhos. No final das férias já começamos a planejar a viagem para o próximo ano.

Parece, então, inevitável não se angustiar diante do balanço anual, mas o importante é aproveitar esses momentos de autoquestionamento e de crise para pensar o porquê de não ter realizado os projetos e promessas do início do ano. Questionar-se sobre o real motivo de se sentir sozinho. Pode ser que não sejam as pessoas que não querem sua companhia, mas sim você que está com dificuldade de relacionamento. Seus projetos para ao ano foram irreais e difíceis de serem realizados, você não se esforçou para concretizá-los ou aconteceram contratempos que fizeram com que seus planos fossem adiados?

Seja justo com você. Tenha objetivos e se planeje, mas faça de maneira real e que possam ser alcançados, evitando a autocobrança por não ter conquistado algo impossível diante de suas condições atuais.

Olhar-se internamente pode ser difícil e doloroso, mas poderá te ajudar a identificar e saber lidar com os próprios sentimentos, conhecer o que realmente é importante para você e consequentemente contribuir para um bom planejamento dos objetivos a serem alcançados.

É importante lembrar-se de que se não conseguir traçar suas metas no final ou início do ano, não se preocupe. O término de um ano é um fechamento de ciclo, mas você pode traçar seus objetivos em qualquer momento do ano e com o prazo que for necessário. Feche seu próprio ciclo.

E se estiver difícil fazer esse exercício sozinho, procure um profissional capacitado para te ajudar a resolver seus conflitos e bons planejamentos!